Foto_Tomaz Silva_Agência Brasil
A gente dedica o dia 02 de dezembro a ele. Você conhece… Você sabe quem é. Ele é mais brasileiro que a nossa luta pelo cotidiano, mais malandro do que as entidades personificadas na Lapa, mas gente boa do que o Zeca Pagodinho e mais famoso, internacionalmente, do que a Princesinha do Mar. O SAMBA é histórico, é contemporâneo, é aguerrido, é preto, é brasileiro!
Afinal de contas, existe ritmo mais brasileiro do que este? Você até pode me dizer vários que são sucesso por aqui, mas não adianta… O samba é hors-concours!
“Pelo telefone” foi a sua primeira versão conhecida. A composição de Donga, datada em 1916, foi considerada o primeiro samba brasileiro. Muita gente afirma, hoje em dia, que ele “agoniza, mas não morre”, Alcione clama em todos os seus shows para não “deixarmos ele morrer, porque o morro foi feito de samba… de samba pra gente sambar”. Na verdade, com toda sinceridade, dá para afirmar que ele está mais vivo do que nunca.
O samba hoje circula do Oiapoque ao Chuí. Ele brilha na Marquês de Sapucaí, no Anhembi e não para por aí. Em todos os sambódromos brasileiros há espetáculo sambístico sendo apresentado. Culturalmente ele é muito forte e longevo. Longevo mesmo, pois tem até agremiação carioca que soprou 100 velinhas no dia do seu aniversário, sabia? A penagem da águia tá branquinha, mas a Portela continua voando alto no Grupo Especial do Rio.
O samba é ancestral, mas também é atual. Lá vai ele pelos bares, rodas, shows, festivais… Até na Cidade do Rock o danado do samba foi dar uma palhinha. Se tiver uma cerveja gelada, alegria e brasileiro feliz, pode ter certeza que ela vai passar por lá.
Natural do Rio de Janeiro, brasileiro nato… Quantos soldados o samba convocou para o seu exército? Por alto, podemos citar: Elza Soares; Pixinguinha; Arlindo Cruz; Zeca Pagodinho; Beth Carvalho; Paulinho da Viola; Cartola; Ivone Lara; Martinho da Vila; Leci Brandão; Jorge Aragão; Neguinho da Beija-flor… Esse último gigante aclamado aí disse recentemente que vai se aposentar, mas você acha que o samba ele vai largar? Claro que não, né?
Como todo bom brasileiro, o samba resiste. Sofrer discriminações está no seu histórico de luta, mas ele segue. Dezembro é o mês do Papai Noel, do início do Verão, do Réveillon. Ao ver a movimentação “desse pagode” você acha mesmo que ele iria ficar de fora? Lá foi o samba se enfiar nas comemorações de fim de ano para ganhar um dia só seu. Fala sério! Tem ritmo mais brasileiro que este? Salve o Samba!