Marketing Eleitoral da Campanha de Pablo Marçal é destaque nas eleições 2024, com estratégias apelativas e polêmicas, sem dúvidas, Pablo Marçal saiu vitorioso na campanha eleitoral

A candidatura de Pablo Marçal à Prefeitura de São Paulo, em 2024, desperta reflexões sobre o impacto de um marketing político estratégico e com uma linguagem bem definida. Marçal, com uma trajetória marcada por inovação no empreendedorismo digital e liderança, apresentou-se como um adversário capaz de rivalizar com candidatos consolidados como Guilherme Boulos, Ricardo Nunes, Datena e Tábata Amaral.

Pablo Marçal iniciou sua campanha como um outsider, representando um partido pequeno e enfrentando descrédito por parte dos analistas políticos. Entretanto, sua habilidade em utilizar redes sociais e sua comunicação criativa e moderna permitiram que ele conquistasse um crescimento expressivo, desafiando grandes partidos e figuras consolidadas na política paulistana. Marçal não apenas surpreendeu ao se destacar nas pesquisas, mas também forçou candidatos como Ricardo Nunes e Guilherme Boulos a revisarem suas estratégias, mostrando que inovação e autenticidade podem redefinir o cenário eleitoral mesmo em um ambiente altamente competitivo.

No início da campanha, a suspensão das redes sociais de Pablo Marçal foi vista como um grande “soco na barriga”. No entanto, ao invés de prejudicar sua candidatura, o episódio acabou reforçando sua narrativa de ser um outsider, lutando contra o “sistema”. Marçal soube usar essa suspensão judicial a seu favor, posicionando-se como uma vítima de censura e perseguição política. Ele fortaleceu o apoio dos seus seguidores, criando a imagem de um candidato que estava sendo punido apenas por ameaçar a ordem estabelecida. Essa estratégia impactou principalmente entre os eleitores bolsonaristas, ampliando ainda sua base de apoio, ao mesmo tempo que estreitava sua relação com o público de direita e extrema direita.

Mesmo com um tempo de televisão reduzido e uma estratégia focada em propostas megalomaníacas, Pablo Marçal se destacou nos debates eleitorais devido a sua habilidade em gerar conteúdo viral. Apesar de sua postura controversa, que gerou críticas pela falta de argumentos substanciais e pelas constantes confusões com outros candidatos, ele soube explorar as redes sociais de forma eficaz e massiva. Durante os debates, Marçal foi um dos mais comentados, graças a sua postura agressiva e frases provocativas, como suas alfinetadas em Guilherme Boulos, Tábata Amaral e Ricardo Nunes além de memes e momentos polêmicos que rapidamente viralizaram​​.

Sua capacidade de gerar “cortes” e “memes”, a partir de situações tensas, foi uma estratégia de marketing eficaz. Por exemplo, após os debates, Marçal postou dezenas de vídeos curtos que capturaram momentos de conflito e reações intensas, o que resultou em um enorme aumento nas menções nas redes sociais e engajamento com seu nome,​ embora seu desempenho nos debates fosse, muitas vezes considerado ruim, sua habilidade em gerar controvérsia e virar o jogo nas redes sociais fez com que ele se destacasse muito mais do que os outros candidatos, mesmo com um tempo de exposição muito inferior​.

O episódio da “cadeirada” sofrida por Pablo Marçal no debate teve um impacto significativo na eleição, com repercussões tanto positivas quanto negativas para o candidato. Durante o confronto, Datena agrediu Marçal com uma cadeira, um incidente que gerou grande repercussão na mídia. Essa agressão foi vista como um momento de vitimização de Marçal, fortalecendo seu discurso de ser um candidato contra o sistema e, potencialmente, aumentando sua visibilidade. Embora esse episódio tenha gerado mais atenção para ele, também levantou questionamentos sobre sua reação, tornando tudo muito cenográfico e apelativo, com imagens dele na ambulância, carro acompanhando, imagens dele na maca com tubos de respirações e lesões corporais nas costelas e braço não comprovados. No entanto, isso reforçou sua imagem como outsider, algo que atraiu eleitores insatisfeitos e revoltados com o atual cenário político.

Pablo Marçal se envolveu em uma polêmica significativa ao divulgar um laudo médico falso contra seu concorrente, Guilherme Boulos. O documento, que alegava que Boulos havia sido internado por dependência química e um surto psicótico causado por cocaína, foi amplamente compartilhado nas redes sociais, gerando grande repercussão. Acontece que o laudo, supostamente emitido por um médico falecido, continha diversas inconsistências, como erros de digitação, informações erradas sobre a clínica e até um número de RG incorreto. A Justiça Eleitoral determinou a retirada do conteúdo e suspensão de sua conta, mas o impacto nas redes sociais foi imediato, sendo um ponto de grande desgaste para Marçal​. Esse episódio não apenas afetou a sua credibilidade, como também trouxe à tona a discussão sobre o uso de fake news nas campanhas eleitorais, uma tática que, embora tenha gerado visibilidade momentânea, acabou prejudicando a imagem do candidato no final da campanha.

Apesar de todas as controvérsias que marcaram sua campanha, Pablo Marçal surpreendeu ao quase garantir uma vaga no segundo turno da Prefeitura de São Paulo. Ele terminou a eleição em terceiro lugar, com 28,17% dos votos válidos, ficando atrás de Guilherme Boulos (PSol) por apenas 56.853 votos, uma diferença de 0,93%.

Sua performance foi um reflexo do impacto que conseguiu gerar nas redes sociais, onde se destacou por suas estratégias de marketing digital, criando conteúdo viral e polarizando a opinião pública com declarações polêmicas e confrontos com outros candidatos. Mesmo sem um grande tempo de TV, Marçal se tornou uma figura amplamente conhecida, especialmente, entre eleitores insatisfeitos com os candidatos tradicionais e com o sistema político vigente, o que o colocou em uma posição de ameaça ao domínio da direita, simbolizado pela figura da família Bolsonaro. Essa ascensão meteórica foi marcada tanto por momentos de grande exposição, como também por polêmicas que ajudaram a moldar sua imagem, tornando-o uma figura central no debate político, mesmo sem alcançar o segundo turno.

A campanha de Pablo Marçal, embora marcada por polêmicas e estratégias disruptivas, foi um exemplo de sucesso estratégico, consolidando-o como uma figura emergente da direita para as eleições de 2026. Marçal soube usar de maneira eficaz o marketing digital e a polarização nas redes sociais, tornando-se uma voz amplificada para eleitores insatisfeitos com os modelos tradicionais de política. Sua habilidade em gerar visibilidade, mesmo com um tempo de televisão reduzido e um partido pequeno, mostrou a força das novas estratégias de comunicação política. Com uma base de apoio crescente e sua imagem consolidada em todo o país, Marçal se posiciona como uma liderança à direita que, com uma campanha mais estruturada e refinada, promete ser uma figura ainda mais forte nas futuras disputas eleitorais, especialmente, nas próximas eleições presidenciais.

O uso de marketing estratégico, alinhado a uma construção de imagem que criou identificação com o eleitorado, foi fundamental para o seu sucesso e será, sem dúvida, uma tática ainda mais explorada nas próximas campanhas.