Mandado de prisão foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (03) o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (União Brasil), através dos desdobramentos da operação Unha e Carne. Bacellar é suspeito de ter vazado informações sigilosas da Operação Zargun.
A polícia investiga a atuação de agentes públicos que estariam envolvidos no vazamento de informações sigilosas que teriam contribuído para a obstrução da investigação realizada para a Operação Zargun. Nesta operação, o também deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva (MDB), o TH Joias, foi preso.
Bacellar teria avisado ao deputado TH Joias sobre a operação que o prenderia e o orientou a destruir provas, segundo a Polícia Federal. As informações foram divulgadas pelo colonista da Globonews, Octavio Guedes.
De acordo com a PF, após ser avisado pelo presidente da Alerj, TH Joias retirou objetos da própria casa e chegou a organizar uma mudança para eliminar provas, utilizando um caminhão-baú. O deputado também apagou o conteúdo do celular e passou a usar um aparelho novo.
A PF afirma ainda que neste novo telefone TH Joias mantinha conversas com Bacellar. Em um vídeo enviado ao presidente da Alerj, o deputado perguntou se poderia deixar para trás alguns objetos, como um freezer. Em resposta, Bacellar respondeu: “Deixa isso, tá doido? Larga isso aí, seu doido”.

O diálogo foi recuperado pelos investigadores. As mensagens, segundo a PF, indicam que Bacellar atuou para alertar o colega de parlamento e interferir na operação. A polícia ainda tenta identificar quem repassou a ele as informações sigilosas.
O próprio STF determinou a condução da Polícia Federal para investigar supostas atuações de grupos criminosos do Estado em conexões com agentes públicos. Tal medida faz parte do julgamento da ADPF das favelas que, por sua vez, também visa conter o avanço e o poder de facções criminosas.
Policiais federais foram às ruas para cumprir 1 mandado de prisão preventiva e 8 mandados de busca e apreensão. Além disso, também foi expedido pelo STF 1 mandado de intimação para cumprimento de medidas cautelares.
Funcionários da Alerj chegaram a confirmar à imprensa que houve movimentação de Polícias Federais na sede da Assembleia Legislativa, no Centro Rio. Bacellar teria sido encaminhado à Superintendência da PF no Rio para prestar esclarecimentos.
*Com informações do G1 / CNN Brasil / Globonews