Médicos alertam que a Covid-19 não acabou e confirmam aumento de casos

Doença tem atingido principalmente crianças abaixo de dois anos

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, disse na última sexta-feira (5) que casos de Covid-19 continuam ocorrendo, não com o mesmo impacto do período da pandemia, mas é preciso ter cuidado. O alerta foi feito na 27ª Jornada Nacional de Imunizações, em São Paulo.

Com o slogan “Vacinando gerações: um compromisso de todos”, o evento que foi organizado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), contou com 90 atividades e palestrantes brasileiros e estrangeiros.

Dados recentes da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que reúne empresas responsáveis por mais de 85% do volume de exames realizados na saúde suplementar do Brasil, apontam que o índice de positividade chegou a 13,2%, o maior desde março deste ano.

Chebabo apontou que, no momento, a Covid-19 atinge populações muito específicas, principalmente crianças abaixo de dois anos de idade, que não foram expostas ao vírus e que, se não forem vacinadas, serão impactadas de forma semelhante ao que ocorreu na pandemia, aumentando o risco de complicação e de internação hospitalar.

“Hoje, dois terços das crianças internam. Em 2024, por exemplo, foram 82 óbitos de crianças. É um número bastante expressivo, considerando que são crianças acometidas por uma doença que é imune e prevenível por vacina”, alertou.

Segundo o patologista clínico e líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, Alex Galoro, a alta da Covid-19 é explicada pela queda natural dos anticorpos e pelo surgimento de variantes, mesmo em uma população já imunizada.

“As infecções respiratórias têm comportamento cíclico, influenciadas pela transmissibilidade e pela imunidade da população. O inverno favorece aglomerações em ambientes fechados, o que aumenta a transmissão. Porém, a imunidade, gerada por infecções prévias e pela vacinação, ajuda a evitar grandes aumentos”, explicou.

Idosos e gestantes

Os idosos acima de 60 anos de idade também são uma população sensível aos riscos da Covid-19, segundo Chebabo, já que com o próprio envelhecimento do sistema imune, o organismo perde a capacidade de resposta e de proteção, por isso, essa população é a de mais risco de complicações e óbito. “A maior parte dos óbitos acontece na população dos mais idosos. As gestantes também estão no grupo dos mais suscetíveis e sua vacinação é importante porque também protege a criança até que ela tenha a idade para conseguir ser revacinada”, explicou.

Recomendações

No caso dos grupos que já foram vacinados e têm menor risco de complicações, Chebabo recomenda como medida individual, caso a pessoa queira, fazer o teste na farmácia ou no laboratório. A ação vale para avaliar uma possível associação em caso de complicações futuras, facilitando o entendimento do quadro de saúde.

*Com informações da Agência Brasil

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