Artista consagrada do carnaval teve passagens marcantes pelas escolas de samba Beija-flor, Salgueiro, União da Ilha, Tradição e Paraiso do Tuiuti.

O mundo do carnaval vive uma sexta-feira de luto. A carnavalesca Maria Augusta Rodrigues, mas conhecida como Maria Augusta, faleceu hoje (11), aos 83 anos, no Hospital São Lucas, em Copacabana. A artista lutava contra algumas complicações de um câncer, internada desde o mês passado, mas não resistiu. Além de se destacar na avenida, Maria Augusta também integrou o time de comentaristas da TV Globo na transmissão dos desfiles das escolas de samba do grupo especial, nos anos 2000.

Multifacetada, talentosa, com mais de 50 anos de dedicação ao carnaval carioca e com desfiles memoráveis no currículo, Maria Augusta é mais uma que integra a lista de baluartes do carnaval do Brasil. Com passagens marcantes por agremiações como Salgueiro, Beija-flor de Nilópolis, União da Ilha, Tradição e Paraíso do Tuiuti, ela teve a sua jornada marcada sobre os olhares de Fernando Pamplona. Em 1968, ela passou a integrar o grupo que preparava os desfiles do Salgueiro sob a supervisão do próprio, destacando-se no icônico desfile de 1971 com o enredo “Festa para um Rei Negro”.

A carnavalesca também deixou sua identidade nos carnavais da União da Ilha do Governador, como “Domingo” (1977), onde foi pioneira no uso de todas as cores em um desfile de Escola de Samba, e “O Amanhã”, de 1978. A sua última assinatura de desfiles aconteceu em 1993 na Beija-flor de Nilópolis. Na ocasião, a carnavalesca levou a agremiação ao terceiro lugar do carnaval, com o enredo: “Uni-duni-tê, a Beija-flor escolheu: é você”.

Artista Plástica conceituada, defendia a tese do “luxo na cor” ao apresentar carnavais leves e muito coloridos. Nas transmissões de carnaval da TV Globo apresentava opiniões técnicas sobre o espetáculo promovido pelas escolas do grupo especial. Maria Augusta também integrava o júri de artistas e especialistas da premiação “Estandarte de Ouro”, do jornal O Globo.