Justiça suspende as eleições da Mesa Diretora da Câmara de Belford Roxo

Vereador Igor Menezes (PT) impetrou mandado de segurança contra ato praticado pelo presidente Markinho Gandra (União) que antecipou as eleições para junho

Único vereador a votar contra nas eleições da Mesa Diretora da Câmara de Belford Roxo para o ano de 2026, ocorridas no dia 24 de junho, Igo Menezes (PT) impetrou mandado de segurança na 2ª Vara Cível da Comarca do município e teve o seu pedido deferido na quinta-feira (10).

“Ganhamos na justiça. Uma Casa de Leis tem que seguir as leis. Pedimos a suspensão das eleições porque eles não queriam debater nem mesmo com a base aliada. Eles anteciparam como um golpe em cima dos próprios vereadores que apoiam eles”, contestou Igo.

Com esta decisão, a Mesa Diretora anterior permanecesse, embora sob a presidência de Markinho Gandra (União), que já presidia a Câmara, sem prejuízo da possibilidade de novas eleições a partir do mês de outubro.

Os questionamentos do vereador Igo Menezes foram confirmados para o deferimento da liminar ao alegar que a convocação foi ilegal e inconstitucional. Ela foi publicada no dia 18 de junho. A justiça entendeu que eles eram aplicáveis, uma vez que a formação prematura da Mesa Diretora, em período afastado do efetivo início do mandato, no caso, um intervalo de mais de seis meses, é incompatível com os princípios constitucionais democrático e republicano.

Embora, a Constituição Federal e a Lei Orgânica do município de Belford Roxo não prevejam um período específico para eleições da Mesa Diretora, a justiça reconheceu que a sua realização com antecipação excessiva não refletiu a vontade da maioria dos parlamentares, uma vez que nem mesmo a base aliada participou das discussões.

O vereador Igo Menezes, no dia da votação, 24 de junho, manifestou-se na tribuna citando a falta de diálogo com os vereadores e, principalmente, a falta de transparência nos trabalhos da Câmara, tendo em vista que, no último ano da legislatura passada, o presidente também era Markinho Gandra, e não houve sequer a prestação de contas da Casa. “A LDO diz que a gente arrecadou R$11 milhões, R$12 milhões nesses seis meses, e a gente não tem isso no Portal da Transparência, que é lei ter”, cobrou Igo, ressaltando que o Portal da Transparência estava desatualizado.

Em seu discurso, Igo Menezes também pediu mais comprometimento dos vereadores com o município acima de qualquer outra coisa. “A gente viu muitos vereadores sendo perseguidos e vereadores me perseguindo. A gente precisa acabar com isso. O debate é na política, é dentro das ideias que cada um acredita”, enfatizou o vereador.

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