Julgamento de Bolsonaro no STF volta nesta quinta com voto de Cármen Lúcia

O voto da ministra poderá ser decisivo para o placar em relação ao ex-presidente e demais réus

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quinta-feira (11) o julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2023. A sessão está marcada para começar às 14h.

A ministra Cármen Lúcia vai apresentar o quarto voto no julgamento. Única mulher entre os ministros da Corte, ela é que tem mais tempo de atividade entre os magistrados do colegiado.

Com os votos de Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Luiz Fux, já há maioria para condenar o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-ministro Braga Netto pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O voto de Cármem Lúcia poderá ser decisivo para o placar em relação a outros réus, como Bolsonaro.

Quem são os réus

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

Na semana passada, uma pergunta da ministra Cármem Lúcia chamou a atenção na apresentação dos argumentos das defesas. Ela fez o questionamento no final da fala do advogado Andrew Fernandes, que representa o ex-ministro da Defesa Paulo, Sérgio Nogueira.

Ao longo de sua manifestação, o advogado reiterou que seu cliente não tem culpa na tentativa de golpe de Estado e que prova disso é que o então ministro buscava demover o ex-presidente Jair Bolsonaro de quaisquer medidas extremas. No fim da exposição, a ministra Cármen Lúcia perguntou ao que ele se referia: “Demover de quê?”, questionou ela.

“Porque até agora todo mundo diz que ninguém pensou nada, cogitou nada…”, completou a magistrada.

“De qualquer medida de exceção”, respondeu Fernandes.

Depois do posicionamento de Cármen, será apresentado o último voto do ministro Cristiano Zanin. A ordem segue a antiguidade no STF. Zanin vota por último por ser o presidente da Primeira Turma.

Depois dos votos desta quinta, os ministros vão discutir e definir as penas dos condenados nesta sexta-feira. Foto Antonio Augusto – STF

Até o momento

Alexandre de Moraes e Flávio Dino já votaram pela condenação de todos os réus aos crimes. Ainda não foram definidas as penas, mas Moraes sugeriu somar as punições. Dino defendeu penas diferentes, conforme o grau de envolvimento de cada réu.

O ministro Luiz Fux divergiu parcialmente, propondo a absolvição parcial ou total para os réus. No caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, concluiu que não há provas para a condenação.

A Primeira Turma tem mais um dia de julgamentos na sexta-feira (12), das 09h às 19h.

Decisão por maioria

No julgamento, os ministros avaliam a situação e decidem:

  • pela absolvição: se isso ocorrer, o processo é arquivado;
  • pela condenação: se isso ocorrer, será fixada uma pena.

A deliberação – pela condenação ou absolvição – é por maioria de votos. Ou seja, se houver três votos em uma mesma linha, será esse o entendimento que vai prevalecer no colegiado.

*Com informações do G1 e CNN

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