Governo americano retira Alexandre de Moraes e esposa da lista de sanções Magnitsky

Anúncio dado nesta sexta (12) vem após conversas dos presidentes Lula e Trump

O governo dos Estados Unidos, depois de quase cinco meses, retirou os nomes do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e de sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, da lista de sanções da Lei Magnitsky, nesta sexta-feira (12). A informação foi publicada pelo Ofac (Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA).

Com a decisão, à véspera do aniversário de 57 anos do ministro, caem todas as restrições financeiras e territoriais ligadas à Magnitsky, que o impediam de transitar ou possuir propriedades em território norte-americano ou fazer negócios em dólar ou com entidades dos Estados Unidos

A retirada dos nomes estava em revisão nos últimos dias, em Washington, dada a boa relação que Donald Trump e Lula construíram recentemente e à ordem explícita do presidente americano a seus auxiliares para que fechem um “acordo” com o Brasil.

Assim como o tarifaço, a implementação das sanções contra Alexandre de Moraes e outras autoridades brasileiras deterioraram drasticamente a relação entre Estados Unidos e Brasil, mas, após a última conversa entre os dois presidentes, em 2 de dezembro, Lula se mostrou confiante por anúncios positivos e unilaterais de Trump. “Pode esperar. Muita coisa vai acontecer, pode esperar. Eu estou convencido”, disse o presidente.

Bolsonaro fora das conversas

Trump já não mencionava Bolsonaro nas conversas com Lula e o tema também saiu da mesa nas conversas entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio. Desse modo, o entendimento tanto do Itamaraty como do Planalto era que a retirada da Magnitsky de Moraes seria uma mera questão de tempo.

O fim das sanções a Moraes é mais um duro golpe na estratégia guiada por mais de um ano pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo comentarista político Paulo Figueiredo para viabilizar a família Bolsonaro nas urnas em 2026.

No fim de outubro, Eduardo Bolsonaro disse à coluna de Paulo Cappelli, no site Metrópoles, que seria uma “surpresa” a reversão pelos EUA da Magnitsky contra Moraes: “Não vejo como o Alexandre de Moraes (sairia da Magnitsky), depois de tanta maneira tão robusta que foi documentada as suas violações. Essa realidade fática não há motivo pelo qual ocorra um (novo) posicionamento (dos EUA)”, afirmou.

Fontes: G1, CNN

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