A Fórmula 1 não quer mais ser apenas sinônimo de luxo, tradição e exclusividade. Agora, a categoria mais prestigiada do automobilismo mundial está pisando fundo no acelerador para se reposicionar como um produto cultural pop, acessível, jovem e altamente rentável.
Nos últimos anos, a F1 tem investido pesado em parcerias estratégicas, campanhas e conteúdos voltados para novos públicos. A mais recente e simbólica é a colaboração com a Disney, anunciada para 2026. A união entre duas potências do entretenimento vai gerar ativações com personagens como Mickey e seus amigos, produtos licenciados e experiências pensadas para a família e o público infantil. A iniciativa traduz com clareza o novo objetivo da categoria: transformar a Fórmula 1 em uma marca que vai além das pistas.
Outro movimento importante foi a parceria com o McDonald’s na América Latina. A rede de fast food mais famosa do mundo passa a oferecer ativações da F1 em seus mais de 2.300 restaurantes na região. O objetivo? Engajar milhões de consumidores com experiências exclusivas, ampliar a visibilidade da marca e gerar valor de mercado fora dos circuitos.
Mas talvez o passo mais ousado seja o lançamento do filme “F1”, estrelado por Brad Pitt e previsto para estrear nos cinemas em 27 de junho de 2025. Produzido por Jerry Bruckheimer (Top Gun: Maverick) e com direção de Joseph Kosinski, o longa promete levar a adrenalina da F1 para as telonas em uma produção com orçamento estimado em US$ 300 milhões. A trama acompanha um ex-piloto (Pitt) que retorna ao esporte para treinar um jovem talento, e será filmada com cenas reais durante GPs oficiais. A presença de Lewis Hamilton como produtor reforça o caráter autêntico e estratégico do projeto.
Essas ações fazem parte de um movimento coordenado e consciente da Fórmula 1 para ampliar sua base de fãs e faturamento. Desde que foi adquirida pela Liberty Media em 2017, a F1 passou a operar como uma empresa de mídia e entretenimento. O impacto foi imediato: a audiência da série “Drive to Survive”, da Netflix, ajudou a atrair milhões de jovens fãs e contribuiu para o crescimento global da categoria.
Segundo a própria Liberty Media, a Fórmula 1 registrou uma receita de US$ 3,2 bilhões em 2023, com alta de 25% nos lucros operacionais em relação ao ano anterior. Já a média de idade dos fãs caiu de 36 para 32 anos nos últimos cinco anos uma mudança considerável para um esporte historicamente visto como elitista.
O recado é claro: a Fórmula 1 está se reinventando para se manter relevante e lucrativa em um mercado onde atenção vale mais que velocidade. E, pelo visto, a nova geração está gostando da viagem.