Fim de festa: tentativa de golpe frustrada e Bolsonaro indiciado

A que ponto chegou o governo do “Deus, Pátria, Família e Liberdade”. Aquele mesmo que dizia ser contra a corrupção e à esquerda no país. O governo de Jair Bolsonaro (PL) foi recheado de polêmicas graves, mas o que veio depois está sendo muito pior.

A sua derrota na eleição de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi digerida por ele e pelos seus apoiadores que passaram dias nas ruas mentalizando a sua volta. O 8 de janeiro de 2023 entrou tristemente para a história do Brasil, como o dia em que a democracia foi colocada em risco. Os atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, enquanto Bolsonaro estava nos Estados Unidos, não foram ao acaso.

Ao todo, 1.390 pessoas foram denunciadas pela Procuradoria Geral da República – Marcelo Camargo/Agência Brasil

A investigação da Polícia Federal encontrou mensagens de Mauro Cid reforçando o nível de articulação nas reuniões golpistas. Em uma delas, enviada ao general Freire Gomes, Cid mencionou que Bolsonaro revisou o decreto e “enxugou o documento para torná-lo mais objetivo”. O relatório final da PF tem mais de 800 páginas e a corporação indiciou 37 pessoas.

Ah! Bolsonaro não foi para os Estados Unidos curtir férias ou por birrinha para não passar a faixa a Lula, a Polícia Federal apurou também que esta viagem foi uma estratégia para evitar a sua prisão e esperar o desfecho do 8 de janeiro. O plano teria sido criado em 2021, após Bolsonaro atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o sistema eleitoral nos discursos de 7 de setembro.

Relatório da PF mostra que Jair Bolsonaro teve participação no plano de golpe de Estado
Foto: Alan Santos/Presidência da República
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Desde que deixou a presidência, diversos fatos levaram à investigação de Bolsonaro pela Polícia Federal e a ser alvo de inquéritos no STF. Não é novidade para ninguém que, além do planejamento do golpe, existem outros dois indiciamentos: a falsificação do cartão de vacina da Covid-19 e o da venda de joias sauditas. Mas Bolsonaro não se deixa abalar e tem negado veementemente, apesar das provas, que não tem envolvimento em qualquer discussão sobre tentativa de golpe no final de seu governo. Ele tem afirmado ser alvo de “perseguição política” e criticado o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF.

Presidente Jair Bolsonaro e então ministro da Defesa, Walter Braga Netto

Mas um ponto ainda mais pavoroso desta história, concluído pela Polícia Federal, é que o ex-ministro da Defesa, Braga Netto, aprovou o plano para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. A reunião teria acontecido na sua casa com as presenças do tenente-coronel Mauro Cid, o Major Rafael de Oliveira e o Tenente-Coronel Ferreira Lima. Bolsonaro nega, mas há provas de que ele tinha pleno conhecimento.

Cada dia, um fato novo surge. No exterior, já repercute com força que o Brasil esteve perto de um golpe militar da extrema direita. Para Bolsonaro, a situação não está nada boa. Os crimes atribuídos pela Polícia Federal a ele podem chegar a 30 anos de prisão. Pena máxima! É só esperar!

Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP

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