A que ponto chegou o governo do “Deus, Pátria, Família e Liberdade”. Aquele mesmo que dizia ser contra a corrupção e à esquerda no país. O governo de Jair Bolsonaro (PL) foi recheado de polêmicas graves, mas o que veio depois está sendo muito pior.
A sua derrota na eleição de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi digerida por ele e pelos seus apoiadores que passaram dias nas ruas mentalizando a sua volta. O 8 de janeiro de 2023 entrou tristemente para a história do Brasil, como o dia em que a democracia foi colocada em risco. Os atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, enquanto Bolsonaro estava nos Estados Unidos, não foram ao acaso.

A investigação da Polícia Federal encontrou mensagens de Mauro Cid reforçando o nível de articulação nas reuniões golpistas. Em uma delas, enviada ao general Freire Gomes, Cid mencionou que Bolsonaro revisou o decreto e “enxugou o documento para torná-lo mais objetivo”. O relatório final da PF tem mais de 800 páginas e a corporação indiciou 37 pessoas.
Ah! Bolsonaro não foi para os Estados Unidos curtir férias ou por birrinha para não passar a faixa a Lula, a Polícia Federal apurou também que esta viagem foi uma estratégia para evitar a sua prisão e esperar o desfecho do 8 de janeiro. O plano teria sido criado em 2021, após Bolsonaro atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o sistema eleitoral nos discursos de 7 de setembro.

Foto: Alan Santos/Presidência da República
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Desde que deixou a presidência, diversos fatos levaram à investigação de Bolsonaro pela Polícia Federal e a ser alvo de inquéritos no STF. Não é novidade para ninguém que, além do planejamento do golpe, existem outros dois indiciamentos: a falsificação do cartão de vacina da Covid-19 e o da venda de joias sauditas. Mas Bolsonaro não se deixa abalar e tem negado veementemente, apesar das provas, que não tem envolvimento em qualquer discussão sobre tentativa de golpe no final de seu governo. Ele tem afirmado ser alvo de “perseguição política” e criticado o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF.

Mas um ponto ainda mais pavoroso desta história, concluído pela Polícia Federal, é que o ex-ministro da Defesa, Braga Netto, aprovou o plano para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. A reunião teria acontecido na sua casa com as presenças do tenente-coronel Mauro Cid, o Major Rafael de Oliveira e o Tenente-Coronel Ferreira Lima. Bolsonaro nega, mas há provas de que ele tinha pleno conhecimento.
Cada dia, um fato novo surge. No exterior, já repercute com força que o Brasil esteve perto de um golpe militar da extrema direita. Para Bolsonaro, a situação não está nada boa. Os crimes atribuídos pela Polícia Federal a ele podem chegar a 30 anos de prisão. Pena máxima! É só esperar!
