Filme rodado em Mesquita disputa chance de representar o Rio e o Brasil no Oscar

Kasa Branca foi quase todo filmado na Baixada Fluminense com atores de periferia e favela

A Academia Brasileira de Cinema decidi, nesta segunda-feira (15), o filme que representará o Brasil na disputa do Oscar 2026, na categoria de Melhor Filme Internacional. Única produção do Rio entre os seis títulos pré-selecionados, “Kasa Branca”, de Luciano Vidigal, se destaca por levar às telonas um cenário pouco explorado nos trabalhos do gênero: a periferia. Também pode colocar, pela primeira vez, um diretor negro, na premiação que acontece em 15 de março, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

A trama se desenrola na Chatuba, uma comunidade de Mesquita. Encabeça o elenco um quarteto protagonista formado por jovens negros selecionados em bairros periféricos e favelas do Rio. São eles: Big Jaum, nascido e criado em Guadalupe; Gi Fernandes, da Penha; Diego Francisco e Ramon Francisco, ambos do Vidigal, assim como o diretor do filme.

“É importante mostrar a favela por esse viés da juventude, porque eles pulsam talento, intelecto, beleza, diversidade e pluralidade. Isso precisa estar na tela brasileira”, defende Luciano Vidigal, que optou pelas locações na Baixada Fluminense para dar relevância a uma região pouco mostrada no cinema.

O filme, inspirado em história real, busca capturar a essência da periferia tanto nas tomadas como na paleta de cores. Além de locações na Chatuba, tem ainda cenas filmadas no K11, em Nova Iguaçu, e no Vidigal.

Kasa Branca é a estreia de Big Jaum no drama, além de ser seu primeiro papel como protagonista no cinema. Foto Divulgação

História de afeto

A trama acompanha a trajetória de Dé (Big Jaum), jovem periférico que, após receber a notícia de que sua avó Almerinda (Teca Pereira) está em fase terminal do Alzheimer, decide aproveitar os últimos dias de vida com ela na companhia dos dois melhores amigos, Adrianim (Diego Francisco) e Martins (Ramon Francisco), além de Talita (Gi Fernandes), no papel de uma jovem mãe solo. É uma história de afeto, companheirismo e amizade.

“Kasa Branca” é a estreia de Big Jaum, que veio da comédia, no drama, além de ser seu primeiro papel como protagonista no cinema. O rapaz, que mora há três anos em Realengo e cujo nome de batismo é João Victor Baptista, se destacou primeiro na internet, onde tem 2 milhões de seguidores no TikTok e 219 mil no Instagram. Também é conhecido pelos trabalhos de stand-up. Aos 26 anos, viu um novo universo se descortinar com o filme, premiado em vários festivais

“Estou feliz com tudo que a gente conquistou e com a mensagem que o filme passou. Fico grato de ter conquistado um espaço no mercado. Tem sido um momento especial, com uma série de projetos indo para a rua”, comemora Big Jaum.

Os outros filmes que estão na disputa para representar o Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional são: “Baby”, de Marcelo Caetano; “Manas”, de Marianna Brennand; “O Agente Secreto”, de Kleber de Mendonça Filho; “O Último Azul”, de Gabriel Mascaro; e “Oeste Outra Vez”, de Erico Rassi. Confira: https://academiabrasileiradecinema.com.br/oscar2026/pre-selecionados.php

*Com informações do Extra

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