Ex-ministro e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro são alvos da PF

Gilson Machado, Jair Bolsonaro e Mauro Cid (Fotos: Agência Brasil e STF | Composição: Lucas Oliveira/Cenarium)
Gilson Machado foi preso e é suspeito de tentar facilitar fuga de Mauro Cid do país

A sexta-feira 13 começou mal para o ex-ministro de Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado, e o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. Machado foi preso pela Polícia Federal (PF), em Recife (PE). A corporação também cumpre mandados contra Cid, que chegou a ter o pedido de prisão, mas o mesmo foi revogado. Estas ações representam mais dois duros golpes para o ex-presidente que enfrenta problemas com a justiça.

Na última terça-feira (10), a Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação para investigar Gilson Machado. No documento, a PGR também defendeu a determinação de busca e apreensão e quebra do sigilo telefônico e de mensagens de Gilson Machado.

Bolsonaro e o ex-ministro de Turismo, Gilson Machado – Foto Redes Sociais

O ex-ministro é investigado por ter tentado obter um passaporte português, junto ao consulado de Portugal no Recife (PE), em favor do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, “para viabilizar sua saída do território nacional”. Mauro Cid deve ser levado para a sede da Polícia Federal, em Brasília, para um novo depoimento.

Gilson Machado também teria promovido, através do seu perfil no Instagram, uma campanha de arrecadação de doações em dinheiro que seriam destinadas a Bolsonaro, o que também chamou a atenção dos investigadores.

O ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, teria tentado obter passaporte português para fugir do país. Foto Alan dos Santos – presidência

O ex-ajudante de ordens, Mauro Cid que é réu na ação penal do STF fez um acordo de delação premiada e, em troca de benefícios, ajudou a PF a montar o quebra-cabeça do suposto plano forjado no fim de 2022 para anular as eleições, impedir a posse de Lula e manter o ex-presidente no poder.

Nesta semana, a revista Veja trouxe uma reportagem com Mauro Cid na capa insinuando que o tenente-coronel teria mentido em seu depoimento ao Supremo. A defesa do militar nega e Bolsonaro já pediu, em publicação nas suas redes sociais, nesta sexta-feira, que a delação de seu ex-ajudante de ordens seja anulada.

O que torna estranha esta iniciativa é que Bolsonaro, ao ser interrogado pelo STF, esta semana, apesar de tentar descredibilizar os depoimentos de Cid, confirmou grande parte do que ele disse, admitindo, inclusive, que leu a minuta do golpe.

Mas segundo ele, as hipóteses que discutiu com auxiliares e membros da Forças Armadas, após a derrota eleitoral de 2022, estavam amparadas na Constituição Federal, logo, não há que se falar em “golpe”.

O problema que o ex-presidente esqueceu é que a Constituição não autoriza qualquer medida para decretação de Estado de Sítio ou Estado de Defesa em razão de um resultado eleitoral.

 

*Com informações do G1, Uol, Veja

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