Especial Dia das Mães: Conheça Rayanne Menezes, a mãe que ajuda outras mulheres a darem à luz

Neste Dia das Mães, o Rio 360º Notícias entrevista a médica ginecologista e obstetra Rayanne Menezes. Plantonista, dedicada e com um consultório próprio no Rio, ela é mãe, possui 28 anos, e escolheu como ofício dar suporte a grávidas, até o momento de elas darem à luz. Rayanne fala do contato com as mamães nos hospitais e da responsabilidade de acompanhar gestações sonhadas e, às vezes, não sonhadas.

Rio 360º – Como a medicina entrou na sua vida?

Não sei explicar, mas sempre tive a certeza de que gostaria de ser médica. Fiz o técnico em enfermagem e a faculdade de medicina foi uma consequência natural. Os meus amigos sempre destacam que sou uma pessoa “cuidadosa”. Acho que vem um pouco daí também… Dessa vontade de cuidar, de atender e zelar pela saúde. É dom, não é? Acho que a explicação está aí. (risos).

Rio 360º – O que lhe aproximou da ginecologia e obstetrícia?

A saúde da mulher sempre me interessou. Não, só por ser mulher, mas pelos detalhes, os cuidados especiais que a o organismo feminino precisa. A mulher menstrua, a mulher gera vidas, a mulher amamenta… A natureza é divina neste aspecto e sempre fui instigada a entender e a estudar este mistério. Vem daí a minha forte ligação com as gestantes. É muito satisfatório, emocionante mesmo, acompanhar o desenvolvimento de uma vida até ela nascer.

Rio 360º – Na sua rotina de plantões e consultas, você ajuda outras mulheres a terem gestações tranquilas. Você sente o peso desta responsabilidade?

Muita coisa. Cuidar de uma gestante, orientar, medicar… Ali você está lidando com mais de uma vida. A mulher, quando está grávida, sofre mudanças muito bruscas no organismo. Os hormônios se desregulam, os órgãos se adaptam, o humor e o psicológico se modificam e por aí vai… Por mais tranquila que uma gravidez seja, sempre haverá riscos no processo até o bebê nascer.

Rio 360º – Você é mãe de um menino. Como a maternidade agregou a sua profissão?

Desde que o Lucca chegou eu passei a me cobrar mais como médica ginecologista e obstetra. Não sei explicar, mas o meu filho é, literalmente, um pedaço de mim fora do meu corpo. Quando penso que estou trabalhando para que “outros pedaços de outras mulheres” possam chegar bem ao mundo, sinto que a minha responsabilidade aumenta. Além disso, a gente que é médica e mãe, experimenta o papel da paciente. Isso ajuda muito, pois nos dá mais vivência e amplia os olhares. Isto nos dá o poder de analisar as pacientes com um grau maior de empatia.

Rio 360º – O que mais as mães costumam se queixar a você do período de gravidez?

Nossa… Nem tem como enumerar… (risos).

As queixas são muitas, mas elas reclamam por conta do desconforto, do peso, fora alguns outros quadros que podem aparecer. É claro que tem algumas que não se queixam de nada, mas a grande maioria, mesmo vivendo o ápice de suas vidas, reclamam mais do desconforto em se deslocar com a gestação já avançada. Vou destacar só o incômodo, pronto. (Risos)

Rio 360º – Você romantiza a maternidade? Acha que ser mãe é “padecer no paraíso”?

Não romantizo. Não é fácil gerar e dar à luz. Além disso, a partir dali você será responsável durante muitos anos pela vida de uma outra pessoa. Entendo os desafios, compreendo a escolha de muitas que optam por não ter filhos. Mas, quem vive a maternidade na sua plenitude sabe que a gente padece, sim, mas vale a pena… É um amor que não dá para explicar.

Rio 360º – Por conta da sua rotina, como médica, o tempo com o filho pode ficar mais escasso. Como que você contorna isto?

A gente aprende a contornar… (risos). Eu participo integralmente da vida do meu filho. Sou muito grata, pois a minha família me ajuda e quando saio dos plantões, das consultas, emergências vou correndo ao encontro dele. Este é um desafio de qualquer mulher que é mãe, profissional, independente… Não tem jeito… É necessário se multiplicar, se dividir, mas no final tudo dá certo.

Rio 360º – Na sua visão, qual é o seu maior desafio com as mamães que atende?

Entender a realidade de cada uma e o quão está sendo esperada (ou não) aquela gravidez. O corpo da mulher responde a sensações, emoções, traumas… Por isso, sempre busco entender o contexto que aquela futura mamãe está vivendo.

Rio 360º – Na sua visão de médica, qual a importância do papel da família na vida da gestante?

Papel crucial! Como disse na resposta anterior, a corpo da mulher responde às sensações e emoções. É importantíssimo que a família esteja ao lado apoiando e dando suporte. Nos casos em que o pai não se faz presente ou que a gravidez não é desejada, o quadro clínico da gestante pode se complicar justamente por essas influências psicológicas.

Rio 360º – Hoje é dia das mães, o que você teria a dizer a todas as mulheres que estão no período de gestação?

Em primeiro lugar, cuidem-se! Zelem por vocês e pelos bebês. O processo gestacional pode ser feliz e emocionante, quando estamos bem. Contar com o apoio de um profissional durante todo esse período é fundamental. Por isso, estejam em dia com o pré-natal, realizem todos os exames e comuniquem ao médico tudo que se passa. Eu deixo as minhas pacientes bem confortáveis para que elas recorram a mim sempre que precisarem. Mais do que médica, eu costumo ser parceria, amiga, das minhas mamães. Feliz dia das mães para todas nós.

Rayanne Menezes atende diversas mamães em seus plantões e consultas. Nesta sexta (09) ela inaugurou um consultório no Centro Metropolitano, que fica na Barra da Tijuca. O evento de inauguração contou com um coquetel, amigos, familiares e alguns influencers. No espaço, a médica receberá as suas pacientes de segunda a sábado.

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