Daniela do Waguinho (União-RJ) contesta autenticidade e consentimento em assinatura que ajudou a selar acordo sobre eleição na CBF
A deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) pediu esta semana ao Supremo Tribunal Federal (STF) o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A parlamentar afirma que há “fortes indícios” de que a assinatura de uma das partes do acordo, a de Antonio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, não foi realizada de forma livre e consciente e sob plenas faculdades mentais e contesta a autenticidade da assinatura. Daniela do Waguinho mostrou laudo questionando a forma que a assinatura do Coronel Nunes foi realizada.
A petição foi apresentada no âmbito de uma ação que deve ser julgada pelo STF no dia 28 de maio. O relator é o ministro Gilmar Mendes e caberá a ele decidir se afasta o dirigente e reconsidera a homologação do acordo, outro pedido feito pela deputada.O acordo que reconhecia a legalidade da eleição de Ednaldo foi assinado por outros quatro dirigentes, além de Ricardo Nunes. Em março, o presidente foi reeleito até 2030.
A CBF se posicionou através de nota à imprensa:
“Diante das recentes notícias veiculadas na imprensa sobre suposto vício de vontade em assinatura constante do acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a legitimidade da eleição do presidente Ednaldo Rodrigues, a CBF esclarece que ainda não teve acesso formal ao referido laudo pericial, supostamente assinado por perito particular, que está sendo utilizado de forma midiática e precipitada, em verdadeira espetacularização que atende a interesses nada republicanos e aparentemente questionado por terceiros absolutamente estranhos ao processo.
CBF enfatiza que todos os atos relacionados ao acordo mencionado foram conduzidos dentro da legalidade e com a participação de representantes devidamente legitimados. O processo foi legítimo e teve acordo homologado. É absolutamente inverdade que esse processo tenha sido reaberto a pedido de uma parlamentar.
A CBF confia plenamente na Justiça brasileira e permanece à disposição das autoridades competentes para esclarecer quaisquer dúvidas que eventualmente surjam. A entidade segue focada em sua missão de promover o futebol brasileiro com seriedade, profissionalismo e respeito às instituições e com absoluta tranquilidade de que todos os princípios de boa gestão e de probidade são diuturnamente respeitados.”

A parlamentar também esclareceu o seu pedido:
“A deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) reafirma o seu compromisso com a lisura e a transparência e esclarece o motivo pelo qual pediu ao Supremo Tribunal Federal, o afastamento do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues do comando da entidade.
Ela entende que a CBF não pode ser tratada como um clube privado, pois representa o futebol e a seleção que o brasileiro tanto ama. Mas, infelizmente, há anos, a entidade vem sendo o foco de escândalo e disputas políticas.
Desde 2017, a justiça questiona a validade do processo eleitoral da entidade que elegeu Ednaldo Rodrigues. A petição da deputada Daniela do Waguinho tem como base a suposta falsificação da assinatura de Coronel Nunes, ex-presidente da entidade, que estava incapaz de expressar sua vontade de forma consciente, o que é muito grave.
Em decorrência deste afrontamento à democracia dentro do futebol, a deputada federal Daniela do Waguinho pediu que a homologação do acordo seja revista, que o presidente seja afastado e que a transparência seja uma regra e não exceção no futebol brasileiro.
“O nosso futebol merece respeito, atenção e seriedade. A nossa seleção não pode correr o risco de ficar em mãos irresponsáveis e sem compromisso com os torcedores brasileiros. Tudo tem que ser minuciosamente apurado pelo STF”, ressaltou a deputada Daniela do Waguinho.
*Com informações do G1 e Veja