Gilsinho, intérprete da Portela.
Foto: Divulgação Redes Sociais
Cantor faleceu ontem (30) após complicações de um procedimento cirúrgico.
O corpo de Gilson da Conceição, intérprete oficial da Portela, está sendo velado na quadra da agremiação, desde às 9h. O falecimento de Gilsinho pegou todos os sambistas de surpresa ontem (30). O cantor se recuperava de um procedimento cirúrgico bariátrico, mas apresentou algumas complicações no pós-operatório e não resistiu.
O velório é aberto ao público na quadra da Portela, que fica na Rua Clara Nunes, número 81, Madureira, zona norte do Rio. Os sambistas e amigos poderão se despedir até às 15h. Na sequência, o corpo seguirá para o sepultamento.

Há quase 20 anos Gilsinho era a voz principal da centenária de Osvaldo Cruz e Madureira. Na Portela, o cantor ganhou notoriedade e foi campeão do Rio Carnaval em 2017. Um dos momentos mais icônicos da carreira do intérprete, que também era músico multi-instrumentista, aconteceu no esquenta da azul e branco no carnaval de 2024. Na ocasião, o cantor puxou um ponto dedicado a Xangô, no culto das religiões de matrizes africanas. O vídeo deste momento viralizou nas redes sociais.
No carnaval deste ano, na homenagem prestada pela Portela a Milton Nascimento, Gilsinho cantou o clássico “Maria Maria” na concentração, fazendo todos os presentes cantarem juntos. Além da Portela, Gilsinho também teve passagem pela Vila Isabel nos carnavais de 2014 e 2015. Em São Paulo, o artista também era intérprete oficial da Tom Maior. Por lá, além desta, o cantor também passou pelas agremiações Barroca Zona Sul, Vila Maria e Vai Vai.
Gilsinho tinha 55 anos e a sua partida repentina foi motivo de lamentos nas redes sociais. Neguinho da Beija-flor, consagrado intérprete do carnaval, disse, “Não fomos da mesma geração, mas sempre admirei e acompanhei o seu excelente e competente trabalho no carnaval, especialmente na Portela, como Intérprete. Receber a notícia da sua partida, de forma tão precoce, é muito difícil de aceitar.”
O presidente da Portela, Junior Escafura, também sentiu a morte do cantor, “Eu não tenho nem palavras pra descrever o que estou sentindo nesse momento. Só quero te agradecer por tudo que você fez pela nossa Portela. Por aqui, faremos de tudo no nosso próximo desfile pra que você tenha muito orgulho da nossa escola.” A Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) afirmou que a trajetória de Gilsinho ficará “eternizada na história do samba, onde emocionou gerações com sua voz potente e cativante”.
Portelense, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou que “como poucos ele transformava as letras e melodias em uma experiência coletiva”.