Misseis iranianos em direção à Isarel. Wisam Hashlamoun/Anadolu via Getty Images
O lançamento de mísseis em direção à Israel levou pânico às pessoas na noite deste domingo (15)
A onda de violência tem se agravado no confronto entre Irã e Israel. O número de mortos, sendo a maioria deles pessoas civis, já chega a 248. A noite de domingo e o começo da madrugada foram marcados pelos lançamentos de mísseis de Irã em direção à Israel. Vários edifícios residenciais foram atingidos.
Nos últimos ataques da noite deste domingo, pelo menos, oito pessoas foram mortas, elevando para 24 o número de vítimas em Israel. No Irã 224 pessoas foram vitimadas e 1277 hospitalizadas. Na grande maioria, em ambos os países, os mortos eram pessoas civis. No quarto dia de confronto o número já chega a 248.
A nova onda de mísseis disparados pelo Irã causou explosões e a destruição de edifícios ao redor de uma refinaria de petróleo na cidade costeira de Haifa. Sirenes foram ouvidas e as defesas aéreas ativadas no país, incluindo Tel Aviv e Jerusalém.
Nas primeiras horas da manhã de hoje (16) as autoridades israelenses contabilizavam e analisavam os estragos. O cenário de destruição tem causado pânico e forte comoção pelas ruas.
A origem dos conflitos
O confronto que iniciou na noite da última quinta-feira (12) tem levado tensão ao cenário global. As discussões sobre ataques nucleares e a disputa de território voltaram ao centro dos debates. Israel tem justificado os ataques como uma resposta a uma “ameaça existencial” ao Estado Israelense. O país acredita que o Irã é o “principal patrocinador do terrorismo global” e tem afirmado que o país objetiva a “aniquilação do Estado de Israel” por meio de um clandestino programa de armas nucleares.
Segundo o Israel, o país iraniano havia acumulado uma extensa quantidade de urânio enriquecido para a produção de bombas nucleares. Em declaração pública, o primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que não permitiria que o território iraniano conseguisse ter poder sobre armas de destruição em massa.
Especialistas que analisam o confronto entre os países acreditam que o conflito também gira em torno da disputa territorial e a ampliação de influências no oriente Médio. No contexto da capacidade nuclear a situação se inflamou após a aprovação do texto na última quinta-feira (12) pelo Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Segundo o que foi acordado nesta reunião, o Irã não teria cumprido com as suas obrigações de salvaguardas. Isto abre precedente para a agência inspecionar as instalações do país para garantir que, por lá, não estejam sendo desenvolvidas armas atômicas.
Para Israel, a construção de bombas atômicas por parte do Irã seria para fins de ataques diretos à Tel Aviv. O país iraniano nega e afirma que a tecnologia atômica possui fins pacíficos, como a produção de energia.
A reação internacional
Líderes internacionais pedem cautela aos países e o freio dos ataques. União Europeia, ONU, Otan, Reino Unido e Alemanha solicitaram a Israel e Irã a contenção máxima. China e Rússia condenaram os ataques israelenses, enquanto a França, por sua vez, reforçou o direito de Israel de se defender, mesmo intercedendo pela redução das tensões.
Mesmo diante de todo apelo mundial, há informações de que tropas israelenses estariam trabalhando em um plano de ataque ao Irã em determinadas fases, o que pode estender os confrontos.
No Brasil o Itamaraty já afirmou que vê a situação como extremamente preocupante e que expressa firme condenação às hostilidades entre os dois Estados. A nota do governo brasileiro reforça a sua preocupação sobre a ofensiva israelense, “em clara violação” à soberania do Irã e ao direito internacional. A nota ainda afirma: “os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial. O Brasil insta todas as partes envolvidas ao exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades.”
Com informações da Agência Brasil / G1 / CNN Brasil / BBC