Procurador federal Gilberto Waller Júnior Foto Divulgação_CGU
O interesse do governo é ressarcir os beneficiários lesados para dar uma resposta à crise. Gilberto Waller Júnior concedeu entrevista à Globonews, na manhã desta segunda (03)
O escândalo da fraude do INSS ganhou mais um importante capítulo nesta manhã (03). Em entrevista hoje à Globonews, o novo presidente da instituição Gilberto Waller Júnior afirmou que até a próxima semana sairá um Plano de Ressarcimento aos beneficiários que foram lesados pelas fraudes. A ação atende a um pedido do presidente Lula que quer agilidade no contorno da crise. Na sexta-feira (02) o, até então, ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) entregou o cargo, deixando a pasta após dois anos e quatro meses de gestão.
Não há uma data específica, mas segundo o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, o Plano de Ressarcimento aos beneficiários lesados pela fraude do INSS sairá já na próxima semana. A confirmação se deu em uma entrevista concedida por ele nesta manhã à Globonews.
“Pela pressa que o presidente Lula nos deu, creio que todo o plano pode sair nesta ou na próxima semana”, afirmou Gilberto Waller.
A segurança dos beneficiários também foi destaque na entrevista, Waller afirmou que as instituições estão com descontos suspensos. A possibilidade de novos descontos será cabível apenas após algumas medidas serem adotadas pelo INSS em combate a fraudes. Reconhecimento facial e cruzamento de dados via geolocalização foram mencionados como alternativas.
Segundo o INSS, 4,1 milhões de beneficiários podem ter sido vítimas da fraude, levando um prejuízo à Instituição de 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Waller afirmou que 13 processos de responsabilização de pessoas jurídicas foram abertos. O presidente da instituição afirmou que o objetivo do INSS é que os recursos para os pagamentos saiam das próprias associações que já estão sendo investigadas. O presidente ainda orientou os beneficiários para que fiquem atentos a possíveis golpes.
Entenda a fraude
A operação que investiga a fraude foi deflagrada pela Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), no dia 23 de abril. Nomeada de “Sem Desconto”, ela combate um esquema nacional de descontos associativos e não autorizados em aposentarias e pensões de beneficiários do INSS.
Nas investigações há registros de aposentados que foram filiados a mais de uma entidade. A liberação de descontos em lote, sem autorização individual dos beneficiários foi identificada como um dos fatores preponderantes à fraude.
Após a divulgação do escândalo, o ministério da Previdência teve as baixas do então presidente do INSS nomeado por Lupi, Alessandro Steffanuto, que foi alvo da operação da PF para o recolhimento de provas, e do próprio ministro que entregou a pasta na sexta-feira (02). Carlos Lupi estava no ministério desde o início do Governo Lula.
**Com informações do G1 / CNN Brasil / Estadão.